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Dor crônica: mindfulness funciona como analgésico natural, revela estudo


O resultado mostrou que a técnica é tão eficiente no tratamento das dores quanto a terapia atualmente recomendada por profissionais de saúde

Por Redação

A prática da atenção plena tem como objetivo estimular as pessoas a fazerem uma pausa durante o dia para que possam esvaziar a mente e não pensar em nada além do momento presente. (iStock/Getty Images)

A técnica da atenção plena ou mindfulness está cada vez mais popular ao redor do mundo. Por ser uma forma de meditação, traz benefícios para o bem-estar mental, promovendo o controle do stress, por exemplo e físico, como mostra um estudo pulicado recentemente no periódico científico BMJ Evidence-Based Mental Health. Pesquisadores do Hospital Ottawa, no Canadá, concluíram que a prática serve como uma analgésico natural contra dores crônicas e pode ser um alternativa promissora à terapia cognitivo-comportamental (TCC), um dos tratamentos mais prescritos por profissionais de saúde para pacientes que sofrem com o problema. 

De acordo com os pesquisadores, nem todos os pacientes experimentam uma resposta significativa ao tratamento com TCC e, portanto, necessitam de outra forma de tratar a doença. “A atenção plena mostrou-se promissora na melhora da intensidade e na redução da dor e de distúrbios psicológicos”, afirmou Wei Cheng, do Hospital Ottawa, no Canadá.   

Indivíduos com dor crônica sofrem com dores diárias – ou quase – ao longo de seis meses ou mais. Algumas pessoas chegam a experimentar dores tão intensas capazes de atrapalhar as atividades do dia a dia. Além disso, por afetar o bem estar do paciente, a doença ainda causa impacto psicológico muito forte. 


Eficácia da meditação

A equipe canadense descobriu os benefícios da atenção plena depois de revisar 21 estudos envolvendo quase 2.000 participantes (principalmente mulheres) com idade entre 35 e 65 anos. A maioria dos estudos revisados avaliaram participantes que sofriam com dor musculoesquelética, como fibromialgia, dor lombar crônica, artrite reumatoide e osteoartrite. Esses pacientes foram submetidos à terapia cognitivo-comportamental ou redução de stress baseado em atenção plena (MBSR, na sigla em inglês). 

Para obter um resultado mais assertivo, ainda foram examinadas evidências diretas e indiretas da eficácia da TCC em comparação com tratamentos padrões ou sem qualquer tratamento; do MBSR em relação aos tratamentos padrões ou sem qualquer tratamento; e, por último, TCC versus MBSR. 

Os resultados mostraram que tanto a atenção plena quanto a terapia comportamental são eficientes na melhora do funcionamento físico, na promoção do alívio de dores e na redução de condições associadas, como depressão. “Esta revisão sugere que a redução de stress baseada em atenção plena oferece outra intervenção potencialmente útil para o manejo de dores crônicas”, comentou Eve-Ling Khoo, co-autora da revisão, no estudo. 

No entanto, os cientistas ressaltaram que, como apenas um dos estudos comparou diretamente TCC e atenção plena, são necessárias mais pesquisas para determinar se a prática da meditação pode promover alívio em pacientes com dores e sintomas psicológicos distintos.


Atenção plena

A prática da atenção plena tem como objetivo estimular as pessoas a fazerem uma pausa durante o dia para que possam esvaziar a mente e não pensar em nada além do momento presente. Segundo o site Mind, a técnica busca encorajar o indivíduo a prestar mais atenção ao que está acontecendo no momento presente (corpo, mente e entorno). Assim é possível captar qualquer pensamento que entre ou saia da mente, o que ajuda na compreensão de si e das próprias emoções.

De acordo com Sharon Hadley, presidente do Oxford Mindfulness Centre, na Inglaterra, a atenção plena pode gerar impacto positivo no bem-estar geral ao ajudar a tornar o indivíduo mais consciente de pensamentos, sentimentos e do ambiente ao seu redor. “Essa capacidade de prestar atenção, de perceber o que está acontecendo no momento presente e aumentar a capacidade de escolher como ou se devemos responder aos nossos pensamentos e/ou sentimentos se mostrou benéfica para aqueles que sofrem tanto mental quanto fisicamente”, explicou ao Independent

Diversos estudos comprovaram que praticar a atenção plena pode melhorar diversos aspectos da nossa vida, inclusive melhorar a relação com a comida, aliviar o vício em celulares, aumentar a confiança do corpo e beneficiar até mesmo a vida sexual. Outra pesquisa ainda descobriu que  a técnica auxilia no tratamento de uma série de problemas de saúde mental, como depressão, ansiedade e stress. Já o Instituto Nacional de Saúde e Excelência em Cuidados do Reino Unido (NICE, na sigla em inglês) recomenda o uso da atenção plena para controlar a ansiedade social.


Críticas

Apesar dos inúmeros benefícios confirmados pela ciência, alguns estudiosos afirmam que a técnica da atenção plena pode ter um lado ruim. Uma pesquisa de 2017 realizada pela Universidade Brown, nos Estados Unidos, afirma que esse tipo de meditação só funciona em mulheres. Os homens estariam mais propensos a ignorar preocupações, o que lhes permite estar sempre concentrados no presente e, portanto, não necessitam da técnica.

Ainda há quem diga que utilizar a atenção plena sozinho pode provocar egoísmo, já que esse tempo voltado para si pode tornar o indivíduo mais centrado em si mesmo. “A espiritualidade pode se tornar interior e egoísta”, comentou Alison Gray, psiquiatra do Royal College de Psiquiatras, ao The Independent

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